O calendário pendurado no portal do casebre onde nasceu o menino António José Barroso marcava 5 de Novembro de 1854.
Viveu a infância despreocupadamente, entre a plaina e o tear, e na adolescência, quando teve de se confrontar com o futuro, optou pela vida missionária. Soltou-se o génio. Trabalhou arduamente em três continentes. Climas agrestes, culturas diferentes. A experiência dura e a fé profunda que sempre o guiou, permitiram-lhe uma reflexão aturada sobre os problemas da evangelização nos tempos novos que a Igreja e a sociedade de então atravessavam. Foi missionário, missiólogo e bispo em tempos de mudança.
Associou a acção à reflexão. Foi reformador nas múltiplas decisões – algumas bem difíceis – que teve de tomar. Morreu aos 63 anos, vítima de malária que contraíra em África. A Igreja que bem serviu declarou-o Venerável, graças à heroicidade das suas virtudes.
Neste mês de Novembro virão a público duas colectâneas de textos sobre este insigne bispo missionário, nascido em Remelhe/Barcelos, há 167 anos. Vários autores, unidos na admiração pela sua obra, realçam aspectos diversos do seu variado e denso percurso de vida, marcado por acontecimentos que tingiram a história do seu tempo. Vida sofrida, temperada por injustiças e maldades várias, mas timbrada pela caridade, pela fé e pelo perdão associados a uma leitura cristã dos acontecimentos.
Os dois livros que agora vêm a lume – uma espécie de caleidoscópio das vivências múltiplas deste “santo” Venerável – vão ser apresentados no Auditório do Paço Episcopal do Porto, no dia 29 de Novembro de 2021, pelas 21h00. Esteja com o aniversariante!
D. António merece… A.G.A.