Com a data de 16 de Junho de 2017, o decreto pontifício sobre a heroicidade das virtudes de D. António Barroso significa um passo importante no processo em ordem à canonização deste Servo de Deus.
Com este gesto, a devoção particular recebe um estímulo a olhar para aquele que, como Venerável, pode ser visto como exemplo e como protector.
É um gesto de justiça por parte da Igreja, que ele serviu com tanta dedicação e fidelidade, propondo-o como modelo e «varão justo». O seu perfil de missionário e de bispo é de tal forma imponente que só a incúria ou a distracção poderiam explicar o seu esquecimento ou o deixar na penumbra uma figura eminente de pastor, como foi o bispo D. António Barroso.
Nas diversas paragens aonde foi enviado, nos momentos de glória e de ignomínia, nas horas de Por Mons. A. Pinto Cardoso Postulador
sofrimento e de exílio, ele soube mostrar a sua integridade e zelo, sempre voltados para aqueles que mais precisavam. A sua envergadura manifestou-se não só nas paragens africanas e indianas, mas também, mais tarde, nos tribunais nacionais e perante governantes prepotentes.
Este homem que, ainda novo, mereceu a admiração dos seus contemporâneos, pelas suas qualidades humanas e virtudes cristãs, pelas suas Conferências e pelas Cartas Pastorais, que se tornou para os republicanos do tempo alvo de mofa e de perseguição à Igreja, não podia ficar no esquecimento, pelos valores que representa e pelo exemplo de vida que nos legou.
A sua estatura é de tal forma imponente que ela interessa à Igreja e à sociedade civil, pela sua coerência, responsabilidade, coragem, zelo, caridade. Pelo seu heróico testemunho de vida, não surpreende a admiração da Congregação romana por esta figura, de cuja morte se aproxima o centenário.
Por Mons. A. Pinto Cardoso
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